quarta-feira, 5 de agosto de 2009

PERSPECTIVA ECONÔMICA DA BANANA NÃO É NEGRA E FUTURO INDICA: SIGA A MODERNIDADE E TOCA INOVAÇÃO

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de banana e o maior consumidor per capita com 29 kg/hab/ano.

A Índia tem a maior colheita mundial mas, dada a dimensão da sua população tem um consumo per capita de apenas 12 kg/hab/ano.

Com isso, a banana é a fruta mais importante e o quarto alimento vegetal mais consumido no mundo, superada pelo arroz, trigo e milho.
A análise das exportações brasileiras de banana mostram que:


O Rio Grande do Norte firma-se na liderança das exportações de banana vendendo produtos por melhores preços e obtendo maior geração de divisas;

Santa Catarina continua dominando o mercado do prata, mas vende banana a preços muito menores que os obtidos pela banana potiguar, mais próxima do padrão internacional do complexo bananeiro.

Os plantios de banana se distribuem por todo território brasileiro envolvendo inúmeras variedades com diferentes produtividades, sendo a maioria plantios não diretamente voltados para os grandes mercados urbanos. Isso cria uma condição de convivência entre bananais estrativos e bananais comerciais o que acaba gerando enormes diferençasde padrão técnico
Em São Paulo:

O valor da produção da banana cresce mais que valor da produção da agropecuária (VPA) estadual, aumentando sua participação de 1,2% para 1,8% da renda bruta setorial.

O desempenho dessa fruta explica o aumento tanto absoluto como relativo da participação da Região Administrativa (RA) de Registro na agropecuária estadual. também tendo na banana seu principal produto agropecuário a Região Metropolitana (RM) da Baixada Santista acompanha a tendência de crescimento do VPA com o que sua participação estadual subiu de 0,13% para 0,19%. interessante notar que, em função do preponderância da banana, o valor da produção por hectare da RA de Registro cresce mais que a média estadual passando a gerar 1,43 mais renda por unidade de área que a média estadual em 2004, nível ainda mais expressivo na RM da Baixada Santista que de 2,6 vezes a média estadual passou para 3,8 vezes.

Isso mostra e reforça a condição estratégica e quase insubstituível no curto prazo da banana para a agropecuária regional de Registro e da Baixada Santista.

No Vale do Ribeira:

Fica caracterizada a importância da banana para a economia agropecuária do vale do ribeira, bem como que ainda não se manifestaram efeitos deletérios da detecção da Sigatoka Negra no desempenho econômico da cultura, tendo inclusive aumentado a produção e a renda bruta.
Também fica patente a diferenciação de performance da banana na RA de Registro que se mostra superior em termos econômicos ao da banana da RM da Baixada Santista, o que pode ser um indicador de menor capacidade econômica de ajustamento de longo prazo, aos efeitos da presença da sigatoka negra nos bananais.

A análise realizada mostra que, em grandes linhas, da ótica do comportamento dos mercados não se nota, até o momento, impactos relevantes da detecção da Sigatoka Negra nos bananais do sul/sudeste do Brasil. Do ponto de vista micro-econômico do produtor de banana há que se considerar que as pressões de custos pelo maior número de tratamento fitossanitário, que nesse ítem específico de despesas representam aumentos de 15 a 35% dependendo do grau de infestação e da qualidade do manejo, estão sendo absorvidas.
Em função isso é relevante ter nítido que o progresso técnico se mostra como única alternativa para quem quiser continuar a produzir banana, estando condenadas opções que não perfilem esse caminho. a pressão pela profissionalização da produção rompendo com o quase extrativismo bananeiro de algumas estruturas produtivas é inexorável. Também ficam comprometidas propostas de uso de variedades alternativas à nanica, pois existem questões de ajustes difíceis na aceitação pelo mercado dado o paladar distinto, o que preconizaria ampla alteração não previsível de hábitos de consumo. a perspectiva formada até o momento dão conta de que a banana continuará a ser produzida e consumida com produtividades crescentes e preços estáveis.
Da ótica regional do Vale do Ribeira, a diferença de dinamismo entre a banana da RA de Registro e da RM da Baixada Santista pode indicar os efeitos localizados que a Sigatoka Negra pode causar, qual seja condenar bananais velhos e de baixo nível tecnológico e ampliar as oportunidades para bananais novos, inseridos dentro de estratégias de produção integrada de frutas que em muitas áreas de banana do vale do ribeira têm apresentado sucesso.
A análise econômica nesse caso vem apenas confirmando a tendência de mercado uma vez que até agora, não há fenômeno que permita mensurar efeitos diferentes das tendências de preços e oferta que vem sendo mantidas como continuidade das observadas antes da detecção da doença. Isso não significa dizer que estão descartadas mudanças estruturais de médio e longo prazo e nem mesmo efeitos conjunturais drásticos em função de um fenômeno aleatório que impulsione o efeito deletério dessa doença dos bananais, simplesmente aponta que a presença da sigatoka negra não afetou a renda e o movimento dos mercados.
Em síntese, a banana tende a evoluir enquanto fruta relevante com maior progresso técnico. os produtores de menor padrão tecnológico terão dificuldades de sustentação numa realidade de maiores custos e maior profissionalização.

fRAGMENTO DO Trabalho apresentado na XIII REFIB - Reunião Itinerante de Fitossanidade do Instituto Biológico - Registro (SP) - 23 e 24 de novembro de 2005.
Autor(es):

José Sidnei Gonçalves, Luis Henrique Perez, Sueli Alves Moreira Souza

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