Nascido dia 28 de agosto de 1974, o poeta Nestor Rocha teve contato desde sua primeira infância com os grandes nomes da poesia nacional e na segunda série já declamava poemas de Cecília Meireles, mas em sua adolescência que iniciou seus primeiros escritos.
A amizade estabelecida com Osvaldo Matsuda, Genésio Junior, Deco, Julio Cesar Costa, Renato Cavalheiro, Jehoval Junior dentre outros na cidade de Miracatu/SP, foi decisiva na viabilidade de expor suas produções na fase inicial da “Dissipação Visual” – ocorrendo mesmo antes que os próprios integrantes soubessem, pois a aproximação é um dos pontos vitais da “Dissipação Visual – nas muitas exposições, recitais e projetos executados com o grupo.
Sua primeira mostra poética ao público ocorreu em 1993 no varal de poesias da Exposição “Caminhos” em Miracatu e em um recital no mesmo evento onde o poeta Nestor Rocha pôde demonstrar suas poesias auto-declamadas versando sobre suas visões empíricas individuais.Apropriando-se das várias mídias disponíveis e sob a influência da poesia visual começou suas composições poéticas sem perder o lirismo que vinha apropriando-se ao longo do tempo.
Sua grande obra de estréia intitulado “Vazio” lembra a linguagem do cinema, utilizando-se de cortes bruscos na busca da essência perfeita, alimentando-se de todo o vazio do mundo refletido em si próprio. Esse vazio remonta as várias formações e deformações da apropriação da escrita como um dos meios de extrapolação do indivíduo chegando à deterioração desorientada no nada. Um livro para ser lido sempre, pois sempre mostra um vazio novo e tão velho como o do passado-presente.
A partir de seu trabalho artesanal “Vazio” não deixou mais a poesia visual, mas agora focado no lirismo do Vale do Ribeira, partindo de si para um espaço mais amplo e ecológico. O próprio poeta Nestor Rocha define essa maturidade literária quando afirma que “meu lirismo é do Vale, vem do Vale do Ribeira”, num misto de satisfação com a visão e captação de sua identidade na alma da região.
Embora sua concepção artística de Vale do Ribeira seja algo em construção e fragmentado, reúne elementos novos e percebe com nitidez que as várias potencialidades artísticas e culturais convergem para maneiras diversas de artes entendendo-se muito mais como Vale caiçara, poético, sonoro e multifacetado.Seus trabalhos atuais estão voltados à coleta de sons que estão no Vale, (vento, rios, cachoeiras, etc.) canalizando-as para a construção de uma linguagem poética que ultrapasse o papel e ganhe o CD – áudio, voltando na sequência para o papel onde por fim será transformado em seu próximo livro.
O foco do artista está voltado para a contribuição de uma linguagem própria do Vale do Ribeira, descortinando suas origens e essências naturais num desabafo existencial e individual para o clamor de várias linguagens locais. Assim é Nestor Rocha: resistente tal qual uma rocha e múltiplo tal qual o Vale do Ribeira que é feito de rocha, de Nestor Rocha!
Obras independentes do autor:
“Vazio” – 1999
“Fuja Corujas” – 2000
“Miracatu o poeta/ Miracatu os poetas” – 2000
Poesia na Teage – 2006
“Poemas Concisos” – 2007
CD “Poema Água” – 2007“Do Bruto ao Abrupto” - 2008
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